sábado, 13 de novembro de 2010

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Sai decidido para a rua, céu meio escuro com nuvens pesadas e uma ligeira chuva chata em dias de outono, entre paralelos desalinhados e calçada tomando formas padronizadas. Então aparece ele, face cravada no crânio, olhos feridos de noites passadas ao relento, cheiro nauseabundo, roupas caídas e sapatos rotos. Sujeito nada estúpido estando a porta de um mercado e a pedir dinheiro para comer, pois tinha fome. Alguém passa por ele indiferente à sua proposta, venha comigo comprar um pão!

Dia de sol, cheiro a mar, tempo suave ainda dá para usar calções e t-shirt, alguém chega bem vestido e usa os seguintes argumentos " Eu sei que estou bem vestido, mas estou fora de casa á cerca de uma semana, sou bailarino e vivo da dança, os meus pais expulsaram-me de casa e não tenho dinheiro agora para comer, espero conseguir dar a volta, mas preciso mesmo da sua ajuda agora, pode arranjar 1€? A mesma pessoa indiferente a quem passa quase morte de fome, dá 1€, a quem minutos a seguir vê tomar café na pastelaria mais cara, com os seus amigos.

Agora a consciência vai ou não pesar!

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