terça-feira, 27 de março de 2012

(...)

Deus tirou-me a alma em forma de castigo. Não consigo sentir nem amar, logo agora... que todos amam. Sinto-me traído pela libido, pela gula, pelo meu pensar louco e aventureiro.
Estou farto de inventar.
Estou farto de ser eu, de viver no meu mundo.
Quero ser um protótipo, não quero ser diferente das formigas obreiras com quem lido todos os dias. Bichinhos que vivem num mundo bem restrito, onde todos vivem e pensam que poucos conseguem entrar. Quero apenas ser um bichinho igual a todos os outros.
O que mudou?
Nada. Talvez esta forma de amar tudo o que me rodeia, não me deixe ser selectivo. talvez a minha alma esteja num constante nível estúpido de carência.
Dou a mais ou a menos?
Será que dou aquilo que não tenho?
Ou será que quero receber a mais do que dou?
O medo de encontrar alguém como eu acaba sempre por estragar tudo.
Sou péssimo, mas um óptimo amante e nisso ninguém é melhor que eu!



P.V.
06-02-2012

segunda-feira, 19 de março de 2012

(...)

O sorriso num olhar tão intenso como o teu, rasgado, cheio, tão profundo nesses lábios carentes de carícias.
O meu peito mesmo que contraído, sente as garras do teu amar arrancar todas as costelas. Fico nu com todas as minhas entranhas expostas á dança de felicidade dos deuses, sentindo-se amadas e cuidadas nesse abraço quente que me dás quando te sentas no meu colo e cravas as unhas nas minhas costas.
Tudo volta ao lugar. As costelas voltam à coluna e o meu peito coze ponto a ponto, as marcas das unhas passam, quando adormeces no meu peito e fico olhar-te horas a fio como se fosse a primeira vez que te olho com olhos de ver.
Assim todo o meu ser intensifica e tudo faz sentido.