É agora ao ouvir o sofrimento de alguém próximo que finalmente, ouço o teu sofrimento. Vem tarde. O ouvir é apenas o primeiro passo. O passo que se dá para dentro de um poço à qual eu tirei a luz. Pouso os pés num fundo seco e vazio, tiro a venda e apenas vejo pedras negras carregadas de lágrimas, musgo de cor verde morto, olho para cima e não vejo luz. Para ver isto tudo é preciso luz, talvez seja a luz da esperança de um dia te encontrar e pedir desculpa por ter retirado a tua luz, o teu brilho de sol quente e radiante.
Procuro encontrar uma explicação plausível, várias até, para o que aconteceu e só encontro balelas. Tudo bem que muitas das minhas vivências me levaram a ser inseguro e errante na minha maneira de amar. Até mesmo aquela vontade louca de viver, que tu elogiavas e adoravas, me levou a querer explorar mais. A vida, os seres e os seres a viver a vida. Não percebendo que a única coisa que valia a pena, eras tu e o nosso amor. Mas isso não é desculpa. É apenas uma aprendizagem para que num dia em que eu volte a conseguir amar, não volte a magoar.
AC
quarta-feira, 24 de janeiro de 2018
quarta-feira, 17 de janeiro de 2018
(...)
Onde estás tu alma invencível
Onde estás tu vontade de agarrar as pedras da calçada
Qual vontade de viver indomável
Qual sentido de perseverança
Com toda esta vontade de ser e não ser
De querer seguir com escudo ao peito e espada em punho
Esta armadura falsa que carrego
Foi tão leve no início e tão pesada agora
Crias ansiedade nos dias que correm
Quando no passado eras evitada, como falso presságio de futuro
Esses tentáculos que agarravam tudo
Com apenas um objectivo,
A realidade que não tardava em chegar
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